Paralisação de professores afeta rotina de escolas municipais em Santa Maria

colaborou Rian Lacerda

Placa fixada na entrada da EMEF Perpétuo Socorro informa sobre a paralisação dos professores nesta quarta-feira (6) em Santa Maria.Fotos: Rian Lacerda

A paralisação dos professores da rede municipal de Santa Maria, realizada nesta quarta-feira (6), alterou a rotina de algumas escolas da cidade. Convocado pelo Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm), o ato marca o início de um cronograma de mobilizações semanais e progressivas em defesa do reajuste salarial, melhores condições de trabalho e contra mudanças na Previdência. Nesta manhã, a categoria realiza manifestação com caminhada até a prefeitura.

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Enquanto algumas instituições, como a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Martinho Lutero, tiveram 100% de adesão à paralisação e suspenderam as aulas, outras, como as nas escolas São Carlos e Dom Antônio Reis, contaram com adesão parcial dos professores, o que levou à reorganização de horários e turmas para manter parte das atividades.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Martinho Lutero suspendeu as aulas nesta quartaFoto: Rian Lacerda (Diário)


Adesão varia entre escolas e altera funcionamento das aulas

Na EMEF São Carlos, a paralisação foi parcialFoto: Rian Lacerda (Diário)


Na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Carlos, no Bairro Urlândia, a adesão foi parcial. Segundo a coordenadora pedagógica geral, Lorines Idalgo Balconi, alguns professores aderiram à paralisação e outros mantiveram as atividades. Para reorganizar o atendimento, a equipe fez ajustes no quadro de aulas e definiu quais turmas teriam atividades em cada turno. A instituição possui cerca de 400 alunos.

Segundo ela, no turno da manhã, a escola atende duas turmas de sétimo ano e uma de nono ano. Atualmente, nesse período, estão em aula os quintos, sextos e oitavos anos. Já no turno da tarde, há aulas para uma turma de segundo ano, duas de terceiro e uma de quarto ano. As turmas do pré, dos primeiros anos, um segundo ano e um quarto ano ficarão sem aula nesta tarde.

— Nós remanejamos os professores (que não aderiram à paralisação) dentro do atendimento de cada turma e organizamos, então, para que tivéssemos algumas turmas em turno integral sendo atendidas na escola — explica Lorines.

Lorines Idalgo Balconi, coordenadora pedagógica geral da EMEF São Carlos, conta que o quadro de aulas teve de ser reajustado.Foto: Rian Lacerda (Diário)


No Bairro Nossa Senhora Medianeira, Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Antônio Reis também paralisou de forma parcial. A vice-diretora Loiva Marques explicou que os professores dos anos iniciais optaram por trabalhar, enquanto os dos anos finais participaram dos atos convocados pelo sindicato.

Na EMEF Dom Antônio Reis, os professores dos anos iniciais decidiram trabalhar normalmenteFoto: Rian Lacerda (Diário)


— Agora de manhã aula normal, período normal, horário, tudo como sempre. Todos os alunos estão hoje aqui na sala de aula. E de tarde, somente as turmas dos anos dos pequenos, dos anos iniciais terão aula e os anos finais não terão aula — diz Loiva.

A vice-diretora da instituição, Loiva Marques, recebeu a reportagemFoto: Rian Lacerda (Diário)




Ato e audiência pública marcam mobilização desta quarta-feira

Nesta quarta, além da paralisação nas escolas, os professores da rede municipal de Santa Maria realizam um ato público em protesto. A concentração está marcada para as 9h na Praça Saldanha Marinho, de onde os manifestantes seguirão em caminhada até a frente da Prefeitura, local onde ocorrerão falas e manifestações. À tarde, a categoria participa de uma audiência pública sobre educação na Câmara de Vereadores, com concentração prevista para às 17h.  A mobilização tem como objetivo pressionar o governo municipal por avanços nas negociações sobre reajuste salarial, melhores condições de traalho e outras demandas da categoria.

À Rádio CDN 93.5FM, Juliana Moreira, coordenadora de Organização e Patrimônio do Sinprosm, falou de um encontro entre representantes do sindicato e o prefeito Rodrigo Decimo (PSDB), mas, de acordo com ela, o diálogo não resultou em avanços. 

— Levamos as pautas da categoria para o debate. Não houve avanço. Inclusive, logo a seguir dessa reunião, a prefeitura publicou o decreto que ampliou por mais 90 dias a questão da contenção de despesa. Esse decreto, provavelmente, já estava até assinado na hora da reunião, mas ele não foi, em nenhum momento, mencionado para os professores. [...] A prefeitura mantém essa ideia de diálogo e de transparência com a qual tratam nossas questões, mas que, na verdade, não é verdadeira — diz.

Atualmente, a rede municipal de Santa Maria conta com cerca de 2 mil professores e 1,4 mil servidores.

Por parte da prefeitura, a Procuradoria-Geral do município deverá ser encarregada de falar sobre as reivindicações da categoria. Na semana passada, o governo Rodrigo Decimo (PSDB) baixou novo decreto barrando reajuste salarial do funcionalismo devido à crise financeira do Executivo, provocada, principalmente, pelo déficit da Previdência. Em março, a prefeitura já havia adotado medidas com bloqueio de Orçamento e corte de despesas. 

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